OS PRINCÍPIOS ACIMA DAS PERSONALIDADES – RONDÔNIA

RONDÔNIA
OS PRINCÍPIOS ACIMA DAS PERSONALIDADES

Qualquer um que olhar para as Doze Tradições terá imediatamente a segurança de que a ideia essencial de cada uma delas é o “sacrifício” pessoal.
Assim como nossos Doze Passos sugeridos para a nossa recuperação instrui-nos a viver as Doze Tradições leva-nos não só a conviver, mas também a colocarmos os princípios acima de nossas personalidades, pois, devemos esquecer nossos anseios pessoais em favor do bem estar comum ou estamos fadados ao desaparecimento, lembrando-nos sempre que o anonimato – recusando colher os louros pela própria recuperação ou a dos outros – é a humildade em ação.
No entanto, quando pronunciamos aos quatro ventos essa máxima mestra de Alcoólicos Anônimos, comprometemo-nos com profundo questionamento em atendimento às primeiras indagações que nos afloram à mente a suscitar-nos uma série de posicionamentos em relação ao tema. O que devemos entender por “princípios”? O que entendemos por “personalidade”? Será que temos a sabedoria de distinguir quando estamos nos conduzindo pelos princípios ou nos personalizando?
A Primeira Tradição recorda a cada um de nós que não estamos sozinhos na recuperação, que devemos combater nossos anseios e ambições pessoais. Na Segunda, aprendemos que não somos chefes, que devemos escutar a voz de Deus tal qual se expressa em nossa consciência coletiva; que nós somos alcoólicos reunidos em nossos Grupos e não temos o direito de julgar as qualificações de outros alcoólicos que buscam a mesma ajuda que tivemos.. Essa é nossa Terceira Tradição. Já a Quarta Tradição traz implícito que abandonemos qualquer ideia de autoridade humana ou governo centralizado. Ela sugere que o Grupo de A. A. deve fazer um inventário honesto dele mesmo, indagando a respeito de cada uma de suas ações. Tal qual o membro que escolhe fazer dos Passos o seu guia para a sobriedade feliz, o Grupo prudente reconhece que as Tradições não são tecnicismos – elas são orientações comprovadas para a consecução do principal objetivo de todos os Grupos de A. A. A Quinta Tradição adverte que a habilidade única de cada A. A. em identificar-se com o recém-chegado e reabilitá-lo não dependem de forma alguma de seu grau de instrução, eloquência ou qualquer outra capacitação específica.
Na crescente luta da recuperação não devemos permitir que nosso orgulho por A. A. nos leve a vincular a nossa Irmandade a outras entidades, objetivando nos candidatar a uma parcela do poder, do prestígio ou dos fundos que elas possuem. Pelo contrário se tivermos em mente nossas Sexta e Sétima Tradições, concentramos todos os nossos esforços para o único propósito de A. A., que é levar a mensagem ao alcoólico que ainda sofre. Pagando nossas próprias contas, mantendo uma substancial reserva prudente, lembrando sempre que A. A. precisa ser autossuficiente e independente; que as grandes contribuições não devem ser aceitas e que solicitar fundos públicos utilizando o nome de A. A. é extremamente perigoso.
Que o Décimo Segundo Passo seja sempre sem remuneração; que não somos “os tais” por este trabalho valiosos; que o maior pagamento já foi salvar as nossas próprias vidas. Esta é a nossa Oitava Tradição e ainda que nossos poucos trabalhadores remunerados nunca sejam considerados como profissionais de A. A. e que recebam salários descentes pelos trabalhos prestados. A Nona Tradição nos pede que renunciemos a qualquer ideia de ter uma organização a altos custos. É necessário ter o suficiente para permitir o funcionamento eficaz de nossos serviços gerais e nada mais. Essa Tradição inspira democracia. Nossos líderes estão ali para servir e cedem seus postos por rotatividade. Todas as nossas responsabilidades em A. A. são oportunidades de servir e não títulos a serem alardeados. A Décima Tradição nos reprime energicamente de entrar em qualquer controvérsia. A Décima Primeira Tradição é um lembrete de que a ambição pessoal não tem lugar em A. A., mas nela também está implícito que cada membro deve se tornar um guardião ativo de nossa Irmandade em suas relações com o público em geral. O anonimato é o manto protetor que cobre nossa Irmandade toda, mas ainda não é só isso, não é apenas uma proteção. Tem uma outra dimensão, um significado espiritual. Portanto, nós membros de A. A. nos submetemos a princípios porque nossa liberdade depende de quão bem possamos praticá-los.
Compreendemos não termos quaisquer resquícios de dúvidas. Que o cumprimento de nossas Tradições é o fundamento maior do tema “Princípios acima das personalidades”. Nossos princípios vêm em primeiro lugar e não fomos nós que os inventamos. Eles espelham valores espirituais eternos. Reconhecemos humildemente, através desta Décima Segunda Tradição, tanto como indivíduos quanto como Irmandade a nossa dependência de um poder superior a nós mesmos. A Décima Segunda Tradição com sua disposição de humildade anonimato, simplesmente compreende as onze anteriores. Os Doze Princípios das Tradições são nada mais que uma específica aplicação do espírito dos Doze Passos da recuperação para a vida do nosso Grupo e para as relações com a sociedade em geral. Os Doze Passos farão com que cada A. A. se torne íntegro com Deus, os Doze Princípios das Tradições farão com que cada um de nós seja íntegro com o mundo à nossa volta. Unidade é a nossa meta. Nossas Tradições seguramente ancoradas nestes sábios preceitos: Amor, Gratidão e Humildade. Sem nos esquecer da prudência. Que estas virtudes sempre fiquem firmes perante nós em nossas meditações e que Alcoólicos Anônimos possa servir a Deus em uma feliz união por tanto tempo quanto Ele queira.

FONTE:
JUNAAB – Relatório Anual de Alcoólicos Anônimos do Brasil
XXXI Conferência de Serviços Gerais – São Paulo/SP – 2007
Página 149 – 150 – 151

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