Para Grupos que planejam a atividade de apadrinhamento:
Como o apadrinhamento ajuda um Grupo?
O propósito primordial de um Grupo de A.A. é transmitir a mensagem do programa de recuperação aos alcoólicos que querem e solicitam ajuda. As reuniões dos Grupos são uma maneira de fazer isso. O apadrinhamento é outra.
Em alguns Grupos, a idéia de apadrinhamento é ampliada para incluir o trabalho com alcoólicos nas instituições próximas e, através da correspondência, com os membros solitários e os AAs internacionalistas (marítimos).
Os programas de apadrinhamento ativo dentro de um Grupo recordam o propósito primordial a todos os membros. Servem para unir o Grupo e mantê-lo consciente da recomendação “Primeiro as Primeiras Coisas”.
Que procedimentos um Grupo pode estabelecer para apadrinhar novos membros?
A atividade de apadrinhamento cuidadosamente planejada dentro de um Grupo freqüentemente produz melhores resultados que o apadrinhamento ao acaso.
Um modelo típico de apadrinhamento planejado, dentro de um Grupo local, poderia incluir o seguinte:
* Um Comitê de Apadrinhamento regular ou um Comitê do Décimo Segundo Passo, com uma rotação freqüente de membros. Se houver uma CENSAA ou ISAA que mantenha uma relação dos Grupos locais e dos membros disponíveis para as abordagens do Décimo Segundo Passo, esse Comitê pode verificar se o Grupo tem um número suficiente de seus membros na relação da CENSAA ou ISAA, para que possa corresponder à sua responsabilidade.
* Reuniões de novos, particularmente em comunidades maiores, onde há muitos recém-chegados. Pode-se obter o folheto “Sugestões para Coordenar Reuniões de Novos” nas CENSAAs e ISAAs.
* Designação regular de membros, para receber os novatos nas reuniões e apresentá-los aos outros membros. Em Grupos grandes, as pessoas do Comitê de Hospitalidade podem usar um distintivo para benefício dos recém-chegados. Em Grupos menores, o coordenados pode simplesmente pedir, durante os avisos,
que os novatos venham apresentar-se depois da reunião, de maneira que possam
ser apresentados aos outros membros.
* Outros avisos sugeridos: “Se alguma pessoa aqui não tem um padrinho e precisa de um, favor procurar o coordenados, que lhe arranjará um padrinho temporário.” Os companheiros contam que, quando essa prática é seguida em todas as reuniões, o Grupo é lembrado do valor do apadrinhamento e de ser apadrinhado.
* Discussões sobre os problemas e oportunidades de apadrinhamento, em reuniões fechadas. Alguns Grupos marcam reuniões especialmente para essa finalidade.
* Um arquivo dos nomes, endereços e números de telefone dos recém-chegados (que quiserem fornecer voluntariamente essas informações), com anotações sobre o padrinho ou padrinhos de cada um.
* Exposição, na mesa, da literatura de A.A., aprovada pela Conferência, sobre a recuperação (inclusive este livreto).
* Revisão da lista de novatos pelo Comitê de Coordenação (ou pelo Comitê de Apadrinhamento ou de Décimo Segundo Passo) – seguida por outras atividades quando se fizer necessário.
* Estudo do Capítulo 7 do Livro Azul (“Trabalhando com Outros”).
* Procedimentos regulares (executados pelo coordenador ou pelo Comitê de Apadrinhamento) de boas-vindas aos novatos que acabaram de sair de Instituições, Centros de tratamento ou Casas de Repouso. Por exemplo, o coordenador pode receber o aviso do coordenador de um Grupo de uma prisão informando que uma pessoa recentemente libertada deverá ir à reunião; o
Grupo “externo” então é alertado a respeito da chegada desse novato. Se for viável, um membro do Grupo pode até se oferecer para encontrar a pessoa imediatamente após a sua libertação.
Como os Grupos “externos” de A.A. podem ajudar Grupos e membros de Instituições?
Esse assunto é tratado em sua totalidade nos folhetos “A.A. em Instituições Correcionais” e “A.A. em Centros de Tratamento”, disponíveis no ESG.
Apadrinhamento de Serviços:
O apadrinhamento em A.A. é basicamente o mesmo, seja ao ajudar a recuperação de uma pessoa ou prestar serviço ao Grupo. Pode-se defini-lo como um alcoólico que fez um determinado avanço na recuperação e/ou desempenho a um serviço e partilha essas experiências com outro alcoólico iniciando a jornada. Ambos os tipos de serviço surgem dos aspectos espirituais do
programa.
Os indivíduos talvez sintam ter mais a oferecer em uma área que em outra. É da responsabilidade do padrinho apresentar os vários aspectos dos serviços:
providenciar uma reunião, trabalho em comunidades, participação em Conferências, etc. Nesse assunto, é importante que o padrinho de serviços ajude os indivíduos a compreender a diferença entre servir às necessidades da Irmandade e atender às necessidades pessoais de outro membro do Grupo.
O padrinho de serviços começa estimulando o membro a se tornar ativo em seu Grupo: café, literatura, limpeza, presença nas reuniões de serviços ou intergrupais, etc. O padrinho de serviços deve ter em mente que nem todos os membros têm o desejo ou as qualificações para ir além de certos níveis e, assim, ele pode ajudar a encontrar tarefas adequadas às habilidades e interesses de cada um. Todos os serviços têm a mesma finalidade – compartilhar as responsabilidades gerais de Alcoólicos Anônimos.
Eventualmente, o padrinho de serviços estimula os companheiros interessados nessas atividades a freqüentar reuniões de Distrito e ler a respeito da história e estrutura de Alcoólicos Anônimos. A essa altura, o indivíduo que se inicia nesse trabalho começa a compreender as responsabilidades dos serviços, bem como a sentir a satisfação proporcionada por outra forma de
trabalho do Décimo Segundo Passo. Essas pessoas são estimuladas a participar ativamente das atividades distritais e a considerar a sua eleição para cargos alternativos no Distrito, de maneira que possam aprender sobre as responsabilidades das diversas atividades na estrutura de serviços.
Durante esse processo, é importante para a pessoa continuar a aprender sobre os Três Legados – Recuperação, Unidade e Serviço – e compreender que o princípio de rotatividade não só permite mudar a atividade de serviço, como também concede aos membros mais novos o privilégio de servir. A rotatividade também permite entender que ninguém deve se apegar durante muito tempo a um cargo de confiança, a ponto de sentir um interesse possessivo e, portanto,
desencorajar os novatos quanto a prestar serviços.
Agora, através do conhecimento e da experiência, o membro mais novo estará ciente de que os serviços são o nosso produto mais importante, depois da sobriedade. Munido desse conhecimento, o indivíduo é capaz de compartilhar a sua visão com os outros e garantir o futuro de Alcoólicos Anônimos.
Resumo:
A maioria dos membros atuais de Alcoólicos Anônimos deve sua sobriedade ao fato de outra pessoa ter tido um interesse especial por eles se disposto a compartilhar uma grande dádiva.
O apadrinhamento é simplesmente um outro modo de descrever o interesse especial e contínuo de um membro experiente, que pode significar muito para um recém-chegado que vem para A.A. em busca de ajuda.
Os membros e os Grupos de A.A. não podem se dar ao luxo de perder de vista a importância do apadrinhamento, a importância de se ter um interesse especial por um alcoólico confuso que deseja para de beber. A experiência demonstra claramente que os membros que mais se beneficiam do programa de A.A., e os Grupos que fazem o melhor trabalho de transmitir a mensagem aos alcoólicos que ainda sofrem, são aqueles para quem o apadrinhamento é importante demais para ser deixado ao acaso.
Para esses membros e esses Grupos, as responsabilidades do apadrinhamento são aceitas e acolhidas como oportunidades de enriquecimento da experiência pessoal em A.A. e de aprofundamento das alegrias que vêm do trabalho com os outros.
* Livrete Perguntas e Respostas sôbre Apadrinhamento .. págs. 28 à 32.